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Desfile de Filarmónicas encerram as  Sanjoaninas 2009

Texto e Fotos de: Carlos Morgadinho
Adiaspora.com
Junho de 2009

 

Esta reportagem só foi possível, mais uma vez,  graças ao gentil apoio dado ao nosso portal pelas firmas da nossa praça Adiaspora.com, Accord Travel, Ganadaria Sol e Toiros, Homelife/Local, Macedo Wine Grape Juice, Restaurante New Casa Abril, Toledo Printing & Design, Joseph Vieira Insurance, Europa Catering e Santos Water Service and Drain. Aqui ficam os nossos agradecimentos ao José Ilídio Ferreira, Linda Caldas, Élio Leal, Luís Lima, David Macedo, Januário de Barros, Lynda Matias, Joseph & Patrick Vieira, Manuel Paulos e Silvério Paulo Santos. Para todos estes nossos patrocinadores, um muito obrigado.

Uma das muitas bandas que nesta noite desfilaram

Foram 22 das 24 inscritas, as filarmónicas que na noite de encerramento das festividades das Sanjoaninas, no dia 28 de Junho, desfilaram pela Rua da Sé até ao edifício dos Paços do Concelho, na Praça Velha, nesta cidade de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, perante milhares de pessoas que lotavam os passeios do seu itinerário. Não hajam duvidas da influência das filarmónicas na vida das gentes terceirenses e cuja memória se perde bem nas brumas do passado e que, ainda hoje, grande parte da sua população, principalmente a juventude, se tem dedicado à aprendizagem da arte musical integrados nas muitas sociedades filarmónicas e de recreio, nas Casas do Povo das freguesias, inseridas por todas as vilas e freguesias da Ilha, para desta forma dar continuidade a esta forma de cultura.

É de relembrar que muitas destas filarmónicas animaram durante estes 10 dias de festas muitos dos seus eventos incorporados nas noites de desfiles das Marchas de São João e nos muitos concertos, nos palcos da Praça Velha ou do Jardim de Angra além de animarem e dar mais entusiasmo às corridas na Praça de Toiros.

Sociedade Filarmónica Recreio Serretense, fundada em 1873.

Sociedade Filarmónica de Instrução e Recreio dos Artistas, fundada em 1877.

Sociedade Filarmónica Recreio de Santa Bárbara, fundada em 1877.

Sociedade Altarense do Sagrado Coração de Jesus – Altares, fundada em 1879.

Sociedade Musical União das Fontinhas – Fontinhas, fundada em 1884

Sociedade Receativa Musical  União Sebastianense – São Sebastião, fundada em 1886.

Sociedade Filarmónica Recreio dos Lavradores da Ribeirinha – Ribeirinha, Fundada em 1889.

Sociedade União Praiense – Santa Cruz da Praia da Vitória, fundada em 1904.

Sociedade Filarmónica União Católica da Serra da Ribeirinha – Ribeirinha, fundada em 1904.

Filarmónica Espírito Santo da Casa do Povo de São Bartolomeu – São Bartolomeu, fundada em 1905.

Fanfarra Operária Gago Coutinho e Sacadura Cabral – Conceição, fundada em 1906.

Sociedade Filarmonica Espírito Santo de Agualva – Agualva, fundada em 1922.

Sociedade Musical Recreio da Terra Chã – Terra Chã, fundada em 1928.

Sociedade Recreio Lajense – Lajes, fundada em 1931.

Sociedade Filarmónica Progresso Biscoitense – Biscoitos, fundada em 1932.

Sociedade Progresso Lajense, Lajes, fundada em 1947.

Filarmónica Lira do Espírito Santo – Vila Nova, fundada em 1956.

Sociedade Recreativa Biscoitense - Bairro de São Pedro - Biscoitos, fundada em 1958.

Associação Filarmónica Cultural e Recreativa Santa Bárbara - Fonte do Bastardo, fundada em 1985.

Filarmónica União de São Brás - São Brás, fundada em 1986.

Grupo Filarmónico Nossa Senhora das Mercês - Feteira, fundada em 1986.

Filarmónica Nossa Senhora do Pilarm - Cinco Ribeiras, fundada e 1987.

Sociedade Rainha Santa Isabel - Doze Ribeiras, fundada em 1988.

Filarmónica da Associação Cultural de Porto Judeu - Porto Judeu, fundada em 2001.

Fardados a preceito os membros destas filarmónicas marcharam garbosamente enquanto executavam trechos musicais perante uma multidão que não se cansava de os aplaudir e que muitos se juntavam na cauda destas filarmónicas para, desta maneira, apoiar as suas preferidas, e se divertirem ao mesmo tempo, batendo palmas ao ritmo da música. Sinceramente confessamos termos gostado imenso desta expressão cultural pela via musical que nos fez recordar os tempos já lá idos de quando éramos crianças nos juntávamos também nestas festas populares cujos trechos musicais eram totalmente animados por filarmónicas e fanfarras despidas da tecnologia dos nossos dias onde tudo é distribuído por música DJ ou “enlatada”. Era desta forma que se processavam e eram animadas as festas de rua, bairro, arraiais e santos populares de 50 e 60 anos atrás, sem as transmissões em directo dos chamadas canais de televisão e que no presente desvia muita participação de povo que, por várias razões, já não necessita de sair de suas casas para assistir a estes eventos populares.

Porta-estandarte duma das Bandas

Só queríamos deixar o nosso espanto e desagrado por umas poucas dessas filarmónicas não levar, enquanto desfilavam, as bandeiras tanto dos Açores como de Portugal mas apenas das sociedades ou filarmónicas de que fazem parte. Achamos ser uma falta de respeito a ausência das referidas bandeiras pois como é testemunhado aqui, no Canadá, e mais vinculado ainda nos Estados Unidos da América do Norte, as bandeiras nacionais (da nação e da Província ou Estado) estão sempre presentes nestas manifestações de cultura. Felizmente seriam apenas umas três ou quatro filarmónicas que não exibiam as bandeiras em causa. Passamos o nossos reparo a um dos membros de cúpula da Comissão de Festas das Sanjoaninas que nos deu uma desculpa “esfarrapada” da falta das bandeiras já referidas e que se ficava a dever, segundo essa explicação desse elemento, a que nos últimos anos o modo de vida do povo terceirense foi bastante alterado para ser, no presente, vivida mais intensamente do que era no passado e também às dificuldades económicas. Não aceitamos esta desculpa e, se por acaso, for esta a realidade, que não acreditamos, então que se contactem as nossas comunidades, clubes e associações e até os nossos órgãos de comunicação social na diáspora  para que possam fazer uma colecta para se obter bandeiras dos Açores, e de Portugal, para serem ofertadas às filarmónicas carecidas.

Fogo de Artifício

Seguidamente, pela meia-noite, foi o encerramento destas estensivas, e já bem conhecidas festividades, as Sanjoaninas da cidade de Angra do Heroísmo da Ilha Terceira, com uma sessão espetacular de fogo de artifício sobre a baía de Angra onde milhares de pessoas assistiram das janelas e varandas de suas casas bem como ao longo dos parapeitos das muralhas da rua marginal, desde o Monte Brasil ao Porto das Pipas, e do Fortinho (São Sebastião). Foi lindo e inolvidável. 

 

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